Hoje nosso entrevistado é Léo Felipo, ele que é a sensação do momento, badaladíssimo entre todos inclusive entre os conhecidos dos holofotes nacionais, esse acompanhante de luxo que começou sua carreira em 2010 hoje já apresenta certa estabilidade profissional, uma pessoa pacata de costumes comuns para uma pessoa badalada. Ele concedeu essa entrevista exclusiva ao nosso blog.
Como e quando começou sua carreira como garoto/acompanhante?
No começo do ano de 2010. Eu não morava em São Paulo ainda, mas vinha com certa frequência. Conheci alguns amigos que faziam esse tipo de trabalho e resolvi ingressar também.
Qual o porquê dessa escolha?
Eu sempre trabalhei. Entretanto, acabei percebendo que ninguém valorizava o trabalho duro que eu fazia. Acabei por achar meio estranha a ideia da “meritocracia”. Quando percebi que trabalhar como acompanhante poderia me render até dez vezes mais do que meu trabalho regular oferecia, resolvi mudar de carreira. Além disso, meus horários agora são flexíveis – detesto ter horários regrados pra qualquer coisa.
O que faz você continuar nessa profissão?
Há dois motivos. O primeiro (logicamente) é o retorno financeiro – afinal, eu não iria a lugar nenhum se estivesse com fome! Em segundo lugar, eu gosto de atender bem as pessoas.
Já se envolveu amorosamente com algum cliente?
Não. E isso nunca acontecerá. Deixo sempre bem claro que o que eu ofereço é um SERVIÇO; não ofereço amor de mentirinha. Isso dói.
Qual sua preferência nas escolhas dos clientes entre moças ou rapazes?
O que me pagar melhor! Brincadeira. Não tenho preferência não. É tudo gente.
Quantos programa faz por dia?
Sabe, o mercado é bem instável. Há dias em que se trabalha duas, três ou até mais vezes e há períodos em que não se trabalha por algum tempo. Gosto de estabelecer uma meta de dois por dia, pelo menos.
Já se envolveu com alguém muito conhecido dos holofotes?
Já. Acho que a maioria dos acompanhantes tem um ou outro cliente que figura seu lugarzinho numa constelação.
Pensou em desistir em algum momento?
Já desisti uma vez. Mas não compensou.
Financeiramente você é realizado na sua profissão?
Posso dizer que sim. Devemos ter a perspicácia de poupar de vez em quando, mas isso deve acontecer em qualquer profissão que praticamos.
Seu cachê costuma ser alto? Existem muitos clientes que pagam a cima do esperado?
Imagino que o meu cachê condiz com aquilo que ofereço. Possuo estrutura e postura para atender meus clientes. Não, os clientes pagam sempre aquilo que é combinado previamente. Pouquíssimos oferecem dinheiro a mais. Nosso povo não está acostumado a dar “gorjetas” e, veja bem, isso é um aspecto cultural. Não é bom e não é ruim: apenas não se tem o costume por aqui. Se combinamos um valor, ele será pago na íntegra, sem acréscimos ou cortes.
Já recebeu propostas indecentes?
Não que eu me lembre.
Filme pornô: qual é a sua relação? Gosta de gravar? O dinheiro compensa? Como é feita a escolha dos meninos que contracenarão com você?
Eu sempre gravo pro Meninos Online. Adoro a produtora e todos que trabalham lá. E eu gosto sim de gravar – é divertido, é gostoso! Tenho contrato de exclusividade com eles e, por isso, posso me dizer que meu cachê é bem satisfatório. A escolha fica a cargo da direção – eu sou simplesmente informado com quem vou gravar alguns dias antes. Se houver alguma desavença ou algum problema que eu tenha com o meu parceiro, eu comunico à direção e pode ser que eles tentem encaixar uma melhor solução. Normalmente, não tenho problemas.
Já fez programa ou filme bareback? Se fez, o cachê tende a aumentar?
Não, nunca. O que sei sobre produções pornô bareback é que o cachê é maior sim, mas ele não costuma me seduzir.
Quem te iniciou na noite?
Eu não diria que o escorting é uma profissão noturna. Atendo 24 horas por dia. Na verdade, eu mesmo já namorava a ideia da profissão até conhecer um amigo que trabalhava. Como eu sempre fui tranquilo em relação a essas coisas, pensei em tentar também. Não é uma profissão desonesta e não é uma profissão que machuca as pessoas, então, resolvi tentar. Pesquisei na internet como as coisas funcionavam e comecei montando um blog e fazendo ensaios fotográficos. Todo garoto iniciante começa seus dias ali no bate-papo do UOL ou numa sauna de acompanhantes ali no Santa Cruz.
Você poderia comentar um pouquinho do seu blog?
Procuro sempre atualizar com uma coisa ou outra, além de colocar todos os meus ensaios de divulgação ali. O principal problema é que blogs estão se tornando obsoletos como ferramenta de rede social: hoje existe o fortíssimo Instagram e o próprio Facebook. O que eu tento é unir todos como uma só ferramenta de trabalho e divulgação. Nessa tríade, coloco todos os meus esforços. Tento montar algo que seja minimalista e limpo, que não canse a leitura de meus clientes e (acho que posso dizer) fãs.
No início fez programas em ruas?
Não. Nunca me aventurei a fazer programa em ruas. Acho que não tenho a manha necessária. Meu mundo é aqui. Na internet.
Quais os lugares mais exóticos em que você já fez sexo? No ato sexual, já pediram para você parar a penetração (risos)? Já aconteceu algo curioso que possa contar?
Não, nada além do trivial. Acho que os lugares mais não-convencionais nos quais eu já fiz sexo foram um banheiro, praia, sacada de prédio... coisas não tão exóticas assim. Na hora H, só me pedem pra parar pra trocar de posição! Sobre algo curioso, não há nada que eu me lembre.
Como são sua rotina e seus hobbys?
Normalmente, acordo mais tarde do que a maioria das pessoas, vou à academia e passo o dia organizando as mídias sociais e meus anúncios de internet. Atendo meus clientes e também faço coisas para cuidar de mim mesmo e da minha casa. Nos fins de semana, costumo me encontrar com os meus amigos, sair pra comer e ir ao cinema, mas, às vezes, ficamos só em casa jogando videogame, que é o meu hobby preferido! Detesto baladas e troco facilmente uma noitada por uma partida de Tomb Raider ou Assassin’s Creed em casa. Gosto também de assistir animes. VÁRIOS DELES! J
Já precisou partir para a ajuda de remédios para realizar a ato?
Nas gravações, normalmente tomamos pra aguentar a ereção por um período de tempo muito longo. E existem dias em que você tá meio pra baixo, desanimado – nesses dias, é preciso sim uma ajudinha “especial”. Ninguém merece piroca flácida, né?
Como é o mercado para os garotos em São Paulo? O que você diria para alguém que está se iniciando nesse ramo?
Embora nossa cidade seja gigantesca, o universo gay dela é pequeno; dessa forma, o arroio de clientes não é muito grande. Digo “universo gay” porque ele representa mais de 80% do nosso nicho de mercado – mulheres e casais nos procuram sim, mas em frequência bem menor. O mercado pode ser bom sim, mas você precisa ter seu diferencial, assim como qualquer profissional liberal precisa ter. Claro que existem épocas em que todos não querem/podem gastar e nós (acompanhantes) precisamos apertar as calças por um tempo. Para aqueles que começam agora, somente digo “boa sorte” e que tenham a cabeça muito boa pra enfrentar quaisquer adversidades que lhes cruzem o caminho.
Estrogonofe.
Um Sonho?
Viajar pra fora.
Um ator?
James Franco
Uma atriz?
Tilda Swinton.
Um cantor?
Steven Tyler, vocalista do Aerosmith.
Uma cantora?
Céline Dion.
Um filme?
Kill Bill (ou QUALQUER UM do Tarantino).
Um livro?
Difícil escolher um só. Tenho quatro, entretanto, que são os meus preferidos: O pequeno príncipe (de Antoine de Saint-Exupéry), A hora da estrela (de Clarice Lispector), Harry Potter e o cálice de fogo (de J. K. Rowling) e Excalibur (de Bernard Cornwell).
Minha casa.
Quem lhe inspira?
Amigos e família.
Se fizessem um filme sobre sua vida, em qual gênero ele se encaixaria?
Comédia, lógico.
Se lhe fosse dado o poder de trazer dos mortos alguém, quem você ressuscitaria?
Kurt Cobain.
E o contrário: quem você mandaria para o outro lado?
Courtney Love.
Se pudesse trocar de vida com alguém, quem seria essa pessoa?
Com o Rafael Alencar (risos)!
Religião?
Vamos dizer que sou cristão, mas sem pé em nenhuma igreja.
Defina-nos o que acha que é o amor.
Ah, não. Perguntar o que o amor é para um michê não rola (risos)!
Uma frase?
“Dans la vie on fait ce qu’on peut, pas ce qu’on veut” (Na vida fazemos o que podemos, não o que queremos), frase da música Le blues du businessman, de Luc Plamondon.
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